14 ANOS LEVANDO INFORMAÇÃO AO LITORAL NORTE

ANO XIV - Agosto de 2013

EDITORIAL


O crime compensa?

O Brasil começou a assistir, no início deste mês, ao desfecho do mais emblemático julgamento da história do país. A prisão de oito integrantes do esquema de corrupção que ficou conhecido por “mensalão” passou a impressão de que não apenas pobres pagam por seus crimes. Ver figuras que habitaram no núcleo do poder nos últimos anos, como o ex-todo-poderoso ministro da Casa Civil José Dirceu, vestir o pijama branco de detento do regime semiaberto deu a sensação de que o país está mudando.
Nesta primeira leva de condenados pela Justiça entrou o deputado federal José Genoíno, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o publicitário Marcos Valério, a banqueira Kátia Rabello, entre outros. O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) havia iniciado em 2006. Foram sete anos de debates e intensa movimentação de advogados e da Procuradoria Geral da República. Esgotados os recursos, chegou-se à fase final, com a prisão dos condenados. Alguns ainda aguardam o julgamento dos embargos infringentes, que só deve acontecer em meados do próximo ano.
Petistas estão fazendo uma campanha sistemática nas redes sociais contra o presidente do STF, Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão. A tentativa de desqualificar o magistrado tem o objetivo claro de minimizar o possível prejuízo político com a condenação de suas principais lideranças às vésperas de mais uma eleição presidencial.
Seguindo o processo de apuração de crimes de corrupção, as atenções agora vão se voltar para o chamado “mensalão mineiro”, esquema semelhante ao que envolveu petistas, só que desta vez quem vai estar no banco dos réus serão membros do PSDB, partido que governou o país antes do PT.

Eudes Pereira

Nenhum comentário: