O crime compensa?
O Brasil começou a assistir, no início deste mês, ao
desfecho do mais emblemático julgamento da história do país. A prisão de oito
integrantes do esquema de corrupção que ficou conhecido por “mensalão” passou a
impressão de que não apenas pobres pagam por seus crimes. Ver figuras que
habitaram no núcleo do poder nos últimos anos, como o ex-todo-poderoso ministro
da Casa Civil José Dirceu, vestir o pijama branco de detento do regime
semiaberto deu a sensação de que o país está mudando.
Nesta primeira leva de condenados pela Justiça entrou o
deputado federal José Genoíno, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o
publicitário Marcos Valério, a banqueira Kátia Rabello, entre outros. O
julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) havia iniciado em 2006. Foram sete
anos de debates e intensa movimentação de advogados e da Procuradoria Geral da
República. Esgotados os recursos, chegou-se à fase final, com a prisão dos
condenados. Alguns ainda aguardam o julgamento dos embargos infringentes, que
só deve acontecer em meados do próximo ano.
Petistas estão fazendo uma campanha sistemática nas redes
sociais contra o presidente do STF, Joaquim Barbosa, relator do processo do
mensalão. A tentativa de desqualificar o magistrado tem o objetivo claro de
minimizar o possível prejuízo político com a condenação de suas principais
lideranças às vésperas de mais uma eleição presidencial.
Seguindo o processo de
apuração de crimes de corrupção, as atenções agora vão se voltar para o chamado
“mensalão mineiro”, esquema semelhante ao que envolveu petistas, só que desta
vez quem vai estar no banco dos réus serão membros do PSDB, partido que
governou o país antes do PT.
Eudes Pereira
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